terça-feira, junho 30

Até um Dia !



Sinto muito deixá-los, assim, tão abruptamente. Ouço daqui suas rezas e vibrações. Continuem, pensamentos positivos só vão me fazer bem.

Tive uma vida conturbada, foi mesmo. Tive um pai que me impediu de curtir a infância. Ao perceber meu gosto (e talento) pela música, brilharam cifrões em sua mente. Obedecendo-o, assim como todos os meus irmãos, e sem capacidade de avaliar nada, eu tinha apenas 10 anos, não tive outra escolha. A religião também era uma coisa muito forte dentro de casa. E a estupidez de meu pai desnecessária.

Comecei a trabalhar dia e noite. Era gravação após gravação. Ensaio após ensaio. Eram 3 horas na sala de aula e 18 no estúdio. Entre uma pausa e outra, eu olhava pela janela e via um parque de diversões, onde eu daria tudo para estar. Um grito me tira da fantasia e me traz a realidade. Retorno ao trabalho. Mas eu não queria trabalhar. Queria brincar com meus amigos. E eu apanhava muito.

Fui crescendo nesse clima. Uma criança que quer ser criança, mas com obrigações de adulto. Aos 14 anos, já com um sucesso imenso, parti para a carreira solo. Aos 24, uma incrível sorte e um perfeito plano de marketing, me deixam no topo das paradas de sucesso, colocando-me como o cantor que mais vendeu discos da história da música mundial.

Sucesso, fama e dinheiro. Hoje percebo como esse trio é perigoso. Traz conforto, mas não alimenta a alma.

Com muito dinheiro e uma tendência ao desequilíbrio emocional, fui ousado. Mudei o rumo na vida de muitas pessoas. Apresentei-me em shows bilionários. Arrebatei multidões e corações. Conheci o mundo. As pessoas. Ah! As pessoas. Sempre rodeado de muita gente, produtores, maquiadores, cinegrafistas, repórteres... mas a alma continuava sozinha.

No palco eu me transformava. Encarnava um Deus, um ser superior, invencível, inalcançável e estranho. Sim, fui um cara estranho. Todos diziam, mas eu não me via assim. Meus problemas de pele provocaram polêmica em todo o mundo. Minhas plásticas faciais me deformaram. Meu vegetarianismo obrigou-me a ingerir comprimidos de vitamina. Fui chamado de louco e excêntrico. E com cada vez mais dinheiro.

Nos fundos de minha mansão, montei um parque de diversões, do mesmo jeito daquele que eu via pela janela do estúdio. Chamei-o de Neverland, ou “Terra do Nunca”, a mesma do Peter Pan, o menino que não queria crescer. Eu era um Peter Pan, em carne e osso. Reunia crianças em meu castelo e as deixava soltas, livres, nos brinquedos, exatamente como eu queria ter sido. Mas essas reuniões causaram-me problemas.

Aproveitadores de plantão, como existem em volta de todos que tem muita fama, perceberam que era hora de tirar uma “lasquinha” da minha fortuna. Acusaram-me de assédio sexual contra um garoto. Declarei que preferia “cortar meus pulsos” do que abusar de um inocente. Mas a mídia gostou do escândalo e o alimentou. Isso me prejudicou muito e me deixou cada vez mais fraco psicologicamente.

Para mudar o foco dos jornalistas, já que eu era a bola da vez, casei-me, aos 37 anos. Com Lisa Presley, filha do Rei do Rock. O Rei do Pop genro do Rei do Rock. Pronto, esse era o material para me deixarem em paz por um bom tempo.

A separação veio 19 meses depois. Eu era realmente um cara diferente. Depois, casei-me novamente, com Debbie, com quem tive meus 3 filhos. Porém, nunca moramos juntos. Eu tinha necessidade de ter herdeiros. Eu os cobria para protegê-los. Protegê-los da sociedade. Do mundo. Da maldade. Da inveja. De tudo que eu passei a vida inteira. Não queria o mesmo para eles. Que inocência, não? Acabei deixando-os tão estranhos quanto eu. E assustei o mundo ao balançar meu pequeno na janela do hotel. Não fiz por mal, eu só queria aparecer mais um pouco.

Enquanto isso, mais álbuns foram lançados, porém, nem todos com tanto sucesso. E mais gente querendo aproveitar-se de minha fama. Desta vez, confiei num repórter que passou meses ao meu lado, gravando meu dia-a-dia. Registrou, obviamente, um garoto dormindo em meu quarto, fato que era comum em casa. Sua alegria era tanta que fez seu tumor retroceder enquanto esteve ao meu lado. Só que a edição do documentário não foi bem assim. Mais uma acusação sem fundamento. Mais uma decepção. Mais um sofrimento. Mais um espetáculo midiático. Meu equilíbrio psicológico não era dos melhores, e o fato de eu ter que ir a julgamento, com algemas, acabou com minha já baixa auto-estima.

Passei dias, meses e anos recluso, longe dos holofotes e da maldade humana. Apesar do sucesso, me sentia cada vez mais um fracassado. Minhas dívidas aumentavam. Meu rosto envelhecia. Minha vaidade era atacada.

Mas eu poderia dar a volta por cima. Afinal, eu era o Rei do Pop. E meus filhos poderiam me ver, pela primeira vez, em cima dos palcos. Fechei 50 apresentações. Todos os ingressos vendidos. Que sucesso! Olha só, ainda tenho fãs, ainda sou admirado! Mas sentia que meu corpo não seguia o compasso da mente. Deixe-me enganar pela ilusão de que estava em plena forma. E por que não estaria com 50 anos? É uma idade jovem ainda.

Estaria saudável se eu tivesse respeitado os limites de meu corpo. Se eu tivesse me aceitado do jeito que vim ao mundo. Se eu tivesse permitido a aproximação de familiares que queriam me alertar sobre o fundo do poço. Se eu tivesse compreendido que uma câmera hiperbárica não me traria a juventude de volta. Se eu tivesse compreendido que existe um cara grande aqui em cima, em quem eu deveria ter acreditado.

E numa tarde de junho de 2009, esse mesmo cara grande me chamou. Entrei por uma porta especial, por onde só passam os bons de coração. Mas fui encaminhado a um hospital, onde passarei algum tempo em tratamento. Afinal, minha doença não era apenas do corpo, mas também do espírito.

Continuem rezando por mim.

Amo vocês. Até um dia!

MJ

[Belo texto da radialista Cris Tavares da Nova Brasil FM - Moderna e Brasileira]

Angústia



Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? – Jesus Cristo



Tem dias que as palavras não se completam, as frases acabam com reticências e os parágrafos perdem sentido. A gente sente uma ponta de melancolia espetando a alma. A banalidade de viver nos agride logo que tocamos o chão com os pés sonâmbulos.

Tem dias que olhamos a alvorada pela janela e engasgamos com o descaso do tempo. Escovamos os dentes, repetindo com movimentos circulares, a mesma rotina de décadas; vestimos a camisa que ainda guarda o cheiro do ferro quente; cadenciamos os passos e não notamos o vai-e-vem da maré que nos devora aos poucos.

Tem dias que assumimos nossa desvalia. Sabemos, sem jamais admitir, que todos os esforços são inúteis, todas as lágrimas, desnecessárias, todas as palavras, vãs. Só a inércia nos tange adiante. Obedecemos ao dever de sobreviver sem saber o porquê.

Tem dias que acordamos e a cabeça lateja - enxaqueca existencial. Levantamos, os postes ainda iluminam as ruas, mas não os valorizamos; eles são incapazes de clarear a nossa alma. Todos os sons parecem exagerados. Todas as cores, de mau gosto. Todos os gestos, plásticos. Perdemos o paladar. Recusamos a distração. Descartamos os conselhos. Preferimos o silêncio. Buscamos o deserto.

Nesses dias, lembramos o colo primordial, que nos embalou com afeto; o rosto meigo, que nos elegeu únicos; o berço emadeirado, que nos protegeu de quedas.

Nesses dias, ficamos atentos para a inclemente cronicidade da existência. Intuimos que só os solilóquios transformam a vaga e doce tristeza em saudade. Só a solidão converte a melancolia em nostalgia. Trágicos, aprendemos a nossa impotência. Abatidos, abandonamos os fingimentos de nossas coreografias mal ensaiadas. Sedentos, ansiamos que Alguém nos dê água viva.



[www.ricardogondim.com.br]

:-(

PS: Hoje não é um dia bom!

*Tmy*






segunda-feira, junho 29

Personagem Estereotipado



"Ele foi cantor, compositor, ator, dançarino, publicitário, escritor, produtor, poeta, instrumentista, estilista, ilusionista e empresário estadunidense..."

E mesmo com tanta qualidade, inteligência, profissionalismo sempre foi julgado pelos seus erros e defeitos, que injustiça!!!

Tammy

sábado, junho 27

Flexibilidade - Aprender a Ouvir




"Para se dar bem em qualquer grupo, é preciso aprender o básico, aprender a ouvir o outro e ter uma certa flexibilidade nessa escuta, dessa forma saberá com clareza o que o outro pensa".

[Dr. Elisa Campos - Psicóloga USP ]

Programa Saia Justa - GNT

quinta-feira, junho 25

Sobre a Vida!

Mudança de Nome...

Engraçado, hoje acordei pensando no meu Blog!

Bom, na verdade, hoje acordei pensando na VIDA, como ele tem/tinha essa titulo acordei pensando nele também.

Qual a definição para vida?

Bem, Salomão dizia que a vida é vaidade, os poetas dizem que a vida é um Mistério, os jovens dizem que a vida é Bela, os apaixonados dizem que é pura utopia e as crianças dizem que a VIDA é bonita, segundo Gonzaguinha.

E eu? Pensei hoje de manhã - o que penso da vida? Como vivo a vida?

Essa semana, aqui na empresa, estávamos conversando sobre “senso de urgência”, algumas pessoas definitivamente não tem esse senso, claro que o foco era outro e não a vida, mas ai lembrando desse senso de urgência dentro da empresa, comecei a trazê-lo pra minha vida e comecei a me desesperar.

Desesperar porque como diz Lenine, a vida é tão rara. Sim a vida é breve e o tempo não para e nós andamos desperdiçando tanto tempo, tanta vida.

Perdemos tempo com tanta idiotice, com tantas raízes de amargura dentro da gente que perdemos o melhor que a vida tem para nos oferecer, VIVER!

Somos tão orgulhosos, tão infantis e deixamos de desfrutar das maiores maravilhas, das maiores amizades, dos maiores amores que a VIDA nos da.

As vezes, criamos nosso “mundinho” e achamos que teremos vida eterna e que tempo tem de sobra pra vivermos, não, ledo engano.

E eu? Bom eu muitas vezes deixo de viver coisas bacana por puro medo, medo de arriscar, medo de uma porta se fechar, ou melhor, não abrir , medo de um não, medo de uma rejeição, medo de perder....medos, como eles nos distanciam da felicidade.

O que eu queria da vida? Bom... Gostaria de ser mais ousada, mais corajosa, menos apegada, mais amável, mais altruísta, mais amiga, menos orgulhosa, mais mansa, mais paciente, menos temperamental, menos geniosa, menos impulsiva, menos teimosa, menos introspécta, mais espontânea e queria também não me cobrar tanto e me aceitar mais como sou, assim, desse jeitinho.

Existe uma música do Djavan ( Esquinas ) que descreve um pouco do que sinto, ás vezes.

“ Sabe lá, o que é não ter e ter que ter pra dar, sabe lá”.

Não sempre, isso não é uma constante. Na maioria das vezes, me sinto muito bem, grata pelo privilégio da VIDA, grata por ter pessoas que me amam, outras que são “Paixonadas” por mim ( rs ), feliz por ter um pai que diz que sou a parte mais feliz da vida dele, feliz por ter uma mãe que me chama de “filhinha”, feliz por ter uma amiga que me chama de Tã, outra amiga que me chama de “princesinha”, feliz por ter um marido que me chama de anjo, neném, bê, mô, amor, e o mais legal de tudo, me chama de VIDINHA, AMO MUITO MINHA VIDA!!!

Tammy é uma moça que ainda ta se encontrando na vida, mas de uma coisa ela sabe, a VIDA É TÃO RARA E TÃO BREVE!!

PS: Não, não estou grávida, ainda...(imagem expressiva) pra mim não existe nada que tenha mais vida do que uma gestação.

Tammy

quarta-feira, junho 24

Eu - Comigo ...

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

[C.L]

Tammy

Inverno Existencial - um pouco de Clarice

"Não pense que escrevo aqui o meu mais íntimo segredo pois há segredos que não conto nem a mim mesma. " ( Clarice Lipector )

Clarice tem o dom de descrever nossa alma ou “estado de espírito” com uma simples frase. Ela dizia que “não era escritora profissional, porque só escrevia quando tinha vontade”, felizmente sempre tinha vontade.

Ela era verdadeira e direta, porém ás vezes escrevia entrelinhas e só quem se identifica com a sua literatura, consegue entendê-la.

Uma mulher de temperamento forte, misteriosa e introspécta. Para muitas pessoas sua leitura é completamente inelegível, mas pra mim é muito fácil de ser entendida, por que como diz Clarice, suponho que me entender não seja uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato,a questão é...ou toca, ou não toca.

Entende-la também não é uma questão de sensibilidade, é uma questão de “momento”.

Bom, uma das melhores leituras que faço é a dela, me sinto muito bem amparada, rs.

Ando pouco inspirada pra escrever aqui, mas meu “silêncio” tem um significado, aliás toda inspiração, até pra falar de você mesmo tem um motivo, seja felicidade, empolgação, ansiedade enfim. Da mesma forma a falta de inspiração tem também seus significados, mas agora não consigo achar uma palavra concreta pra descrever essa falta “DE”

Então, uso um pouco de eufemismo, esse interpretado por Clarice:

"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre."

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

"E se me achar esquisita,
respeite também.
até eu fui obrigada a me respeitar."

"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Hummm....Hoje deu uma vontade de postar, essa mulher me inspira RS...!!!

Tammy

quarta-feira, junho 17

Como Pode ?

To com coração apertado, muito, muito!!!

São Paulo, 16 de junho, 21:00 hrs, muitos carros passando, trânsito e frio, muito frio.

- Oi tio, tem um real pra me dar? Ou uma moedinha?

O tio abre a janela do carro e pega na mãozinha gelada e pequena daquele menininho no farol

- Ah! O tio não tem nenhuma moedinha, nada.

E não tinha mesmo, o coração do “tio” no carro se encheu de compaixão.

- Ah! Tio então você tem uma garrafinha de água pra me dar? To com muita sede!

É, isso aqui é um pouquinho de Brasil...um Brasil não muito Feliz por sinal...

Uma das coisas que cortam meu coração, é isso, ver crianças passando fome, frio, miséria, infeliz.

Como pode um pai permitir uma coisa dessas???

Como pode ter tanta gente querendo ter um filho, cheio de amor e condições pra dar e não pode ter?

Tem coisas que sinceramente nunca vou entender, ainda que viva cem anos.

Ontem a noite, quando vinha do curso, no meu carro, ouvindo uma música legal, conversando com meu marido sobre algumas coisas, esse menininho parou nosso mundo, parou nossa conversa, cessou com qualquer reclamação que poderíamos fazer naquele momento, de qualquer coisa.

Aquilo me constrangeu de uma forma tal, que meus olhos se encheram de lágrimas, meu coração apertou, minha garganta deu um nó e eu engoli seco.

Minha vontade aquela hora, era colocá-lo pra dentro do carro, abraçar, abraçar e aquecer aquela mãozinha gelada, dar não só uma garrafinha de água, mas tudo que tenho de melhor , aquecer seu coração.

Como pode ter tanta desigualdade, como pode esse mundo ser tão cruel ?

Tammy

:-(

sexta-feira, junho 12

Imprescindível inutilidade

Lembrei-me dele e senti saudades...

Tanto tempo que a gente não se vê! Dei-me conta, com uma intensidade incomum, da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não temos um amigo com quem compartilhá-las. Acho mesmo que tudo o que fazemos na vida pode se resumir nisto: a busca de um amigo, uma luta contra a solidão...

Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando era jovem, e do qual nunca me esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói adolescente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava naquele momento era diferente de tudo que já sentira antes. O encontro acontecera de repente, mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira.

A experiência da amizade parece ter suas raízes fora do tempo, na eternidade. Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez estando com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro.

"Christophe voltou sozinho dentro da noite. Seu coração cantava 'Tenho um amigo, tenho um amigo!' Nada via. Nada ouvia. Não pensava em mais nada. Estava morto de sono e adormeceu assim que se deitou. Mas durante a noite fora acordado duas ou três vezes, como que por uma idéia fixa. Repetia para si mesmo: 'Tenho um amigo', e tornava a adormecer."

Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja companhia não é preciso falar. Você tem aqui um teste para saber quantos amigos você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é sua amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer ou jogar . Até que tudo isso pode acontecer. Mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminando o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio - que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade.

Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria, independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.

Uma estória oriental conta de uma árvore solitária que se via no alto da montanha. Não tinha sido sempre assim. Em tempos passados a montanha estivera coberta de árvores maravilhosas, altas e esguias, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia será transformada em tábuas. Inútil para os seus propósitos, os lenhadores a deixaram lá. Depois vieram os caçadores das essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvore torta, por não ter cheiro algum, foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, sobreviveu. Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob a sua sombra e descansam.

Um amigo é como aquela árvore. Vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de comunhão. Diante do amigo, sabemos que não estamos sós. E alegria maior não pode existir.

(por Rubem Alves - do livro 'O retorno e Terno')

Tammy

quinta-feira, junho 4

Cansada


Pensa numa pessoa cansada!!!
Cabeça cansada, exausta, corpo moído. Semana complicada essa, relatórios, vários, muitos, diversos relatórios.
Pessoas te avaliando tempo inteiro, telefone tocando e você precisando se virar em 10, 20 sei la!
O tempo inteiro pressão, preciso urgente que chegue logo final de semana.
Ser avaliada é muito ruim, a sensação é horrível, sensação de perseguição.
Mas avaliar as pessoas acho que é pior ainda, você determinar se alguém é ou não merecedor de alguma coisa é muito chato, é claro que existem recursos pra isso, ai entra diversos tipos de medidores, critérios e etc .. o que facilita muito minha vida.
Cabeça cheia de coisas pra resolver, trabalho, casa, marido, familia, amigos, aaaaaaaaaaaaaaaaa.....preciso urgente de FÉRIAS!!!
Essa semana foi a semana dos Profissionais de RH, apesar de toda correria, da loucura de "cuidar" de gente que precisa de orientação, quando VC mesma ás vezes precisa, no final é bom, espero rs.
Confesso, pra trabalhar com pessoas precisa ter vocação, não é fácil! Há quem prefira trabalhar com papel ou máquinas....
Bom, enfim....ta chegando o FDS Graças a Deus, vou poder descansar um pouquinho, pelo menos é o que eu espero, me jogar no sofá, assistir um filminho bem legal, tomar um cafézinho nesse friozinho de sampa e curtir o maridão....
Ai Chega Logo Sexta !!!!!
Tammy