segunda-feira, novembro 23

Pequeno Príncipe

Fui ver a exposição do Pequeno Príncipe na Oca do Ibirapuera.

O evento é mágico e a ludicidade toma conta do lugar de uma forma indescritível, pra quem gosta de “magia” é um “prato cheio” .

Cada ambiente que entrei me transportava para dentro do livro e cada estrelinha do chão me levava pra mais perto do “mundo-dele”.

Eu sou apaixonada por este personagem que Antoine Saint-Exupéry criou, é impressionante como nossa imaginação é lúdica, ela nos transporta para vários mundos dentro da gente.

O Pequeno Príncipe tem seu mundo próprio, onde não existem respostas concretas e nem verdades absolutas, tudo é muito abstrato, mas apesar de toda essa fantasia é tudo muito verdadeiro e sincero. E por isso ele diz, que só se vê bem com o coração, para contemplá-lo precisamos do coração e não dos olhos.

Lá dentro, vi mais adultos do que crianças (infelizmente), vi mulheres chorando e homens com os olhos brilhando, vi alguns pais incentivando toda aquela ludicidade nas crianças e incentivando a literatura do pequeno príncipe, se as escolas incentivasse mais esse tipo de literatura veríamos menos “crianças-adulto”.

A Exposição vai até o dia 20/12, porém já ouvi comentários que se estenderá até janeiro, terça feira o evento é gratuito.

Eu voltarei lá mais algumas vezes e depois se conseguir, posto uma foto que tirei lá.

“ O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.” ( Pequeno Príncipe)

*Tmy*

segunda-feira, novembro 9

Em busca de lágrimas absolutas

Minhas antigas amizades se dissolvem como bolhas de sabão. Esqueci nomes. Mal consigo lembrar os olhos de quem já passou por minha vida. O passado diluiu momentos que poderiam torná-los familiares. Fiz-me irmão, e doei-me inteiramente a companheiros, mas hoje hesito. Desconfiado, reparto pedaços do coração. Não suporto imaginar a dor de outras separações, de mais decepções.

Tenho medo de abrir os porões da alma. A desarrumação de minha casa faz sentido para mim. O que os outros consideram bagunça, tem uma sincronicidade própria, que me deixa em paz. Vacilo em rasgar os envelopes selados, onde escondo segredos. Sei detectar os traumas que me deixaram chorão, os complexos que me deram olhos melosos, as circunstâncias que me fizeram viver à beira do pranto, as fragilidades que me transformaram em tímido. Mas não pretendo explicar nada a ninguém.

Tornei-me cauteloso quando brinco e rio. Fujo dos que procuram analisar a minha felicidade; ela não carece de julgamentos. O riso que meus lábios desenham não tem que ser explicado. Introjeto a alegria para que não seja pisoteada como a pérola da parábola. Prezo em não deixar vazar frágeis contentamentos; a pouca riqueza que amealhei merece ser guardada debaixo de mil segredos.

Olho para colegas e antecipo navalhadas. Resguardo as costas dos estiletes da inveja. Assusto-me. As maldades que já sofri são parecidas com as que eu próprio já acalentei no peito. Se não sei explicar o porquê de atitudes mesquinhas em mim, também não justifico a estreiteza que observo no próximo. Não sou pior nem melhor que os demais. Por isso, cerco o quintal de  casa contra lobos ferozes. Sempre espero alguém ávido para destruir o pedacinho da dignidade que me resta.

Meus desalentos não serão rasos. Desço às regiões abissais da angústia. Envolvo-me na absoluta escuridão da casmurrice; que o lençol do desgosto me isole. Quero ficar na quarentena dos tristes. E provar a verdade de que “são bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”.

Soli Deo Gloria

By Ricardo Gondim

 

PS: Os negritos são meus!