quinta-feira, agosto 20

Resíduos de um dia qualquer

"O silêncio de minha dor é secreto. A dor do meu silêncio, ninguém
conhecerá. Quero um canto, preciso me esconder. Refugo as palavras dóceis,
os rasgos piedosos, os olhares bondosos. Iceberg, submergi nos abismos do
inconsciente a minha imaturidade que tanto horroriza os outros. Sou ateu de
Narciso. Caminho solitário por alamedas encharcadas de penumbra.

Os meus afetos se contaminaram. Estou grávido de desencanto. Imobilizado por
minha incapacidade de lidar com a frieza dos abandonos, sinto-me arremessado
contra uma parede.

Preciso levantar-me. Não sei como, mas hei de lavar-me com os respingos de
simplicidade que percebo no próximo. Negocio com a alma e repito: continue
por mais um dia; só mais um. E assim, dia a dia, de mal em mal, cumpro a
minha sina. "

Geralmente, quando posto um texto do Ricardo Gondim, não costumo escrever
nada nem esboçar nenhuma impressão ou opinião em cima do texto, pra não
estragar a literatura e o conteúdo sempre muito propício para os meus
momentos de crises, pois bem, pra variar não fugirei da rotina, pelos
motivos pelo qual já citei.

Mas quero só fazer um adendo, afirmar um pouco mais todo conteúdo/sentido do
texto, e dizer que nada, nenhuma vírgula, nenhuma vogal fogem do momento que
hoje vivo e do que sinto, não estou me lamuriando, lamentando, não, pelo
contrário. É um momento meu, só meu e só eu vou descobrir como "sair dessa".

Vou tateando, vou sentindo, crio um atalho aqui, tento mudar de caminho e
depois volto pro mesmo, enquanto isso, vou indo, também tentando lidar com o
inconsciente da minha imaturidade, que sempre me trai.

[http://www.ricardogondim.com.br/]

*Tmy*

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